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MOVIMENTO INFÂNCIA PLENA

Pela proteção integral de crianças e adolescentes

Referências levantadas

SINGH, Devita . A follow-up study of boys with gender identity disorder.

Disponível em:

https://tspace.library.utoronto.ca/bitstream/1807/34926/1/Singh_Devita_201211_PhD_Thesis.pdf

Estudo de 2012 que demonstrou que uma proporção muito alta de crianças – cerca de 88% – desistiu de uma identificação trans como adultos. Vale a pena notar que várias dessas crianças eram “persistentes, insistentes e consistentes” em sua antiga disforia de gênero intensa.

O Mito da “Pesquisa Confiável” em Medicina de Gênero Pediátrica: Uma avaliação crítica dos Estudos Holandeses – e pesquisas que se seguiram

Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/epdf/10.1080/0092623X.2022.2150346?needAccess=true&role=button

Dois estudos holandeses formaram a base e a melhor evidência disponível para a prática da transição médica de gênero para jovens. Demonstramos que este trabalho é metodologicamente falho e nunca deveria ter sido usado em ambientes médicos como justificativa para dimensionar essa “prática clínica inovadora”. Três vieses metodológicos minam a pesquisa: (1) a seleção dos sujeitos garantiu que apenas os casos mais bem-sucedidos fossem incluídos nos resultados; (2) a constatação de que a “resolução da disforia de gênero” se deveu à inversão do questionário empregado; (3) a psicoterapia concomitante tornou impossível separar os efeitos dessa intervenção dos efeitos dos hormônios e da cirurgia. Discutimos o risco significativo de danos que a pesquisa holandesa expôs, bem como a falta de aplicabilidade do protocolo holandês à incidência atualmente crescente de jovens com início na adolescência, não-binários e com problemas psiquiátricos, que são predominantemente do sexo feminino. Problemas de "giro" - a tendência de apresentar resultados fracos ou negativos como certos e positivos - continuam a atormentar os relatórios originários de clínicas que estão administrando ativamente intervenções hormonais e cirúrgicas para jovens. É hora de a medicina de gênero prestar atenção às revisões sistemáticas objetivas publicadas e às incertezas dos resultados e danos potenciais definíveis a esses jovens vulneráveis. (tradução livre)

 

Marco Antonio Coutinho Jorge. Natália Pereira Travassos. A epidemia transexual: histeria na era da ciência e da globalização?

Disponível em:https://www.scielo.br/j/rlpf/a/TspwmX6qq5zqLwPr4x7pddv/?lang=pt

O intuito de nosso trabalho é chamar atenção para o fato de que esse elemento essencial — a histeria e suas manifestações polimorfas — deve ser colocado na discussão da transexualidade, sob pena de que ela continue a ser abordada de modo absolutamente ingênuo quanto à estrutura do sujeito, com possíveis graves consequências — dentre elas o suicídio e a irreversibilidade ao estado anterior do corpo, no caso do desejo de destransição —, quando práticas de transformação corporal irreversíveis são postas em ação como última e única possibilidade. Hoje, a gravidade dessa situação está ainda mais alarmante, uma vez que crianças muito pequenas passaram a receber o diagnóstico de transexualidade não só da medicina como dos próprios pais. A novidade agora é que a mera indagação ou afirmação de uma criança de pertencer ao sexo oposto passa a ser lida por pais e médicos como sinal de transexualidade, ensejando o início precoce de tratamentos hormonais e a previsão futura de cirurgias de transformação corporal. Em nossa sociedade do espetáculo — na qual a imagem tende a sobrepujar qualquer outro valor —, e das redes sociais — que disseminam em segundos de uma ponta a outra do planeta as informações mais impactantes —, torna-se urgente utilizar todos os recursos possíveis para interrogar de maneira efetiva o lugar assumido pela transexualidade: lugar de valorização avassaladora da imagem do corpo e das incessantes intervenções sobre o real.


Thomas D Steensma 1, Roeline Biemond, Fijgje de Boer, Peggy T Cohen-Kettenis. Desisting and persisting gender dysphoria after childhood: a qualitative follow-up study

Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/21216800/

Esses pesquisadores foram pioneiros no uso de bloqueadores da puberdade e alertaram que as transições sociais precoces podem ser difíceis de reverter: Quanto ao manejo clínico em crianças antes dos 10 anos, sugerimos uma atitude cautelosa no momento da transição. Dadas nossas descobertas de que algumas meninas, que viviam quase (mas não totalmente) como meninos na infância, tiveram grandes problemas quando queriam retornar ao papel de gênero feminino, acreditamos que os pais e cuidadores devem perceber plenamente a imprevisibilidade de resultados psicossexuais de seus filhos. Eles podem ajudar a criança a lidar com sua variação de gênero de maneira solidária, mas sem dar passos sociais muito antes da puberdade, que são difíceis de reverter. (texto recortado disponivel em https://4thwavenow.com/2016/11/28/could-social-transition-increase-persistence-rates-in-trans-kids/ - pois o acesso ao artigo completo é pago)

 

Jane W. Robbins, Georgia Attorney, Vernadette R. Broyles; O mito sobre suicídio e crianças com disforia de gênero.

Disponivel em: https://acpeds.org/assets/SUICIDE-MYTH-HANDOUT-1592593440.pdf

Os bloqueadores da puberdade realmente causam depressão e outros distúrbios emocionais relacionados ao suicídio. Discutindo um ensaio experimental de bloqueadores da puberdade no Reino Unido, o professor da Universidade de Oxford, Michael Biggs, escreveu: “Não houve diferença estatisticamente significativa no funcionamento psicossocial entre o grupo que recebeu bloqueadores e o grupo que recebeu apenas apoio psicológico. Além disso, há evidências não publicadas de que, após um ano de [bloqueadores da puberdade], as crianças relataram maior automutilação e que as meninas experimentaram mais problemas comportamentais e emocionais e expressaram maior insatisfação com seu corpo - portanto, os bloqueadores da puberdade exacerbaram a disforia de gênero.

 

Alexander Korte, David Goecker, Heiko Krude, Ulrike Lehmkuhl, Dipl.-Psych.,Annette Grüters-Kieslich, Klaus Michael Beier. Gender Identity Disorders in Childhood and Adolescence. Currently Debated Concepts and Treatment Strategies

Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2697020/

Os tipos de influências moduladoras conhecidas nos campos da psicologia do desenvolvimento e da dinâmica familiar têm implicações terapêuticas para o GID. Como as crianças com DIG raramente desenvolvem transexualismo permanente, as intervenções físicas irreversíveis claramente não são indicadas até que o desenvolvimento psicossexual do indivíduo esteja completo. 
 

MARTINS, C. A. Uma revisão da literatura sobre o tratamento com supressores hormonais em crianças e adolescentes incongruentes de gênero. Boletim de Conjuntura (BOCA), Boa Vista, v. 9, n. 25, p. 62–69, 2022.

Disponível em: https://revista.ioles.com.br/boca/index.php/revista/article/view/531

Objetivo: debater os impactos que as atuais evidências podem ter com o uso de bloqueadores hormonais em menores de idade com diagnóstico de Incongruência de Gênero. Síntese dos dados: constatou-se a partir de uma amostragem de 511 crianças e adolescentes, durante 52 anos, apenas 98 (19%) persistiram com sintomas disfóricos na fase adulta sem a administração de inibidores hormonais, enquanto os que tiveram como base a terapia hormonal tiveram uma taxa de 100% de persistência. Discussão: a administração de inibidores hormonais por GNHRa, teoricamente, podem induzir a persistência da incongruência de gênero e seus efeitos a longo prazo são desconhecidos pela ciência, uma vez que não há consenso científico sobre o produto em crianças e adolescentes.


JEFFREYS, Sheila. Gender hurts: A feminist analysis of the politics of transgenderism. New York: Routledge, 2014. 

Este livro explora as consequências da politica transativista, os efeitos do transgenerismo na comunidade lésbica e gay, os parceiros de pessoas que transicionam, crianças que são identificadas como transexuais e as próprias pessoas que transicionam, e argumenta que isso é negativo. Ao fazê-lo, o livro afirma que o fenômeno é baseado em estereótipos sexuais, referidos como 'gênero', trata-se de uma ideologia que constitui a base para a subordinação das mulheres. Gender Hurts defende a abolição do 'gênero', o que removeria a justificativa para o transgenerismo.

Tatiana Almeida de Andrade Dornelles. A “disforia de gênero” infantojuvenil e o direito fundamental da proteção integral da criança e do adolescente. Um debate necessário.

Disponivel em: https://escola.mpu.mp.br/publicacoes/obras-avulsas/e-books-esmpu/direitos-fundamentais-em-processo-2013-estudos-em-comemoracao-aos-20-anos-da-escola-superior-do-ministerio-publico-da-uniao/livro-completo-web-direitos-fundamentais-em-processo.pdf

“A Constituição Federal e o ECA reconhecem os jovens como pessoas em desenvolvimento. A proteção integral também prevista nestes diplomas impõe que eles sejam protegidos até de suas próprias más escolhas. Este cuidado deve ser ainda mais evidente quando os efeitos sobre as medidas que afetam as crianças e os adolescentes são ainda incertos e de duvidosos benefícios.” 

Mariele Vitória Régia Gomes de Almeida. Da transexualidade ao processo de destransição: uma revisão de inspiração sistemática.

Disponivel em: https://repositorio.animaeducacao.com.br/handle/ANIMA/29675

Caracteriza fatores que influenciam o processo de destransição de pessoas que realizaram transição de gênero social e/ou médico-cirúrgico. Foi observado que as pessoas que optaram pela transição de gênero já tinham alguma comorbidade e diagnósticos relacionados à saúde mental. Os principais fatores observados que levam à transição de gênero são disforia corporal e disforia social, acreditar que a transição de gênero era a única opção para se sentir melhor, querer ser reconhecido socialmente como o gênero oposto, acreditar que a transição resolveria a disforia de gênero, sentir que estava no corpo errado e não se sentir confortável para ter relações sexuais com pessoas do mesmo sexo. Os principais motivos nomeados para a destransição são perceberem que a origem da disforia de gênero foi consequência de outras questões de saúde mental, a transição não ajudou com a disforia de imagem corporal e social, encontraram outras alternativas para lidar com a disforia, se sentiam mais confortáveis com seu sexo de nascimento, preocupação com as complicações médicas e implicações à saúde causadas pela transição, homofobia e lesbofobia internalizada e discriminação.

Cecilia Dhejne,Paul Lichtenstein,Marcus Boman,Anna L. V. Johansson,Niklas Långström,Mikael Landén. Long-Term Follow-Up of Transsexual Persons Undergoing Sex Reassignment Surgery: Cohort Study in Sweden

Disponível em: https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0016885

Pessoas com transexualismo, após a mudança de sexo, têm riscos consideravelmente maiores de mortalidade, comportamento suicida e morbidade psiquiátrica do que a população em geral. Nossas descobertas sugerem que a redesignação sexual, embora alivie a disforia de gênero, pode não ser suficiente como tratamento para o transexualismo e deve inspirar cuidados psiquiátricos e somáticos aprimorados após a redesignação sexual para esse grupo de pacientes.” (tradução livre)

EXPÓSITO-CAMPOS, Pablo. A Typology of Gender Detransition and Its Implications for Healthcare Providers. Journal of Sex & Marital Therapy.

Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/0092623X.2020.1869126 

O artigo fala da importância de avaliações exploratórias abrangentes, da necessidade de escuta e apoio de pessoas que passam pelo processo de destransição e que a lógica preventiva precisa ser considerada pois tem como objetivo evitar danos irreversíveis - tanto físicos como traumas, vergonha ou isolamento social. reforçam ainda que a destransição não é uma “falha” clínica e que médicos não devem impedir pacientes de fazer a destransição: “A vida após a destransição pode ser vivível, significativa e gratificante. O papel dos profissionais de saúde é, justamente, trabalhar nesse sentido.”

Varun Warrier, David M. Greenberg, Elizabeth Weir, Clara Buckingham, Paula Smith, Meng-Chuan Lai, Carrie Allison & Simon Baron-Cohen. Elevated rates of autism, other neurodevelopmental and psychiatric diagnoses, and autistic traits in transgender and gender-diverse individuals. Nature Communications volume 11, Article number: 3959 (2020).

Disponível em: https://www.nature.com/articles/s41467-020-17794-1

Taxas elevadas de autismo, outros diagnósticos neurodesenvolvimentais e psiquiátricos e traços autistas em indivíduos transgêneros e com diversidade de gênero. Em comparação com indivíduos cisgêneros, indivíduos transgêneros e com diversidade de gênero têm, em média, taxas mais altas de autismo, outros diagnósticos psiquiátricos e de neurodesenvolvimento. 

Mario Pazos Guerra 1, Marcelino Gómez Balaguer 2, Mariana Gomes Porras 2, Felipe Hurtado Murillo 3, Eva Solá Izquierdo 2, Carlos Morillas Ariño. Transsexuality: Transitions, detransitions, and regrets in Spain.

Disponivel em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32591293/ 

Embora estes ainda sejam uma minoria, enfrentamos cada vez mais casos de pessoas transexuais que pedem a destransição e a reversão das mudanças alcançadas devido ao arrependimento. A destransição é um fenômeno crescente que implica questões clínicas, psicológicas e sociais. A avaliação inadequada e o uso da medicalização como único meio de melhorar a disforia de gênero podem levar à destransição posterior em alguns adolescentes. O cuidado integral por uma equipe multidisciplinar e experiente é essencial. Como não há estudos relatando os fatores preditivos de destransição, recomenda-se cautela em casos de identidades atípicas. (tradução livre)

Marco Antonio Coutinho Jorge (Autor), Natalia Pereira Travassos. Transexualidade - O corpo entre o sujeito e a ciência: Trilogia sobre sexualidade contemporânea. 

No Brasil e em boa parte do mundo, subitamente trata-se a transexualidade de modo corriqueiro, entre a glamourização e a banalização, sem qualquer indagação ou pausa. É decerto saudável e devido que se fale e pense com naturalidade sobre a transexualidade, porém a falta de questionamentos não deixa de surpreender, na medida em que o processo transexualizador implica com frequência tratamentos médicos sérios e em sua maioria irreversíveis. Esse livro pensa tudo isso sob o prisma da psicanálise. Ressaltando os aspectos essenciais da sexualidade humana, traz uma breve história da transexualidade na medicina, na psicanálise e na cultura. Propõe discussões relevantes e pouco exploradas, como destransição e a relação entre homofobia e transexualidade. Questiona a rapidez da medicina ao atender às demandas de adequação corporal dos transexuais, e marca posição sugerindo prudência e refinamento nas avaliações dos casos de transexualidade, sobretudo na infância.

American College of Pediatricians. Gender dysphoria in children. Issues Law Med. 2017 Fall;32(2):287-304.

Disponivel em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29108153/

A disforia de gênero (DG) da infância descreve uma condição psicológica na qual as crianças experimentam uma marcada incongruência entre seu gênero vivenciado e o gênero associado ao seu sexo biológico. Quando isso ocorre na criança pré-púbere, a DG se resolve na grande maioria dos pacientes no final da adolescência. Atualmente existe um debate vigoroso, embora reprimido, entre médicos, terapeutas e acadêmicos sobre o que está rapidamente se tornando o novo padrão de tratamento para DG em crianças. Esse novo paradigma está enraizado na suposição de que a DG é inata e envolve a supressão da puberdade com agonistas do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH), seguida do uso de hormônios do sexo oposto - uma combinação que resulta na esterilidade de menores.

ANSEJO-ARAQUE et. al (2015), Disforia de género en la infancia y adolescencia: una revisión de su abordaje, diagnóstico y persistencia.

Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/4771/477147185004.pdf

Observação: aparentemente defendem o processo de transição fisica e social, mas curiosamente relatam o índice de persistência no diagnóstico, citam na tabela 1 dados de outros artigos com desistência de até 73%.

 

FAVERO e MACHADO (2019). Diagnósticos benevolentes na infância: crianças trans e a suposta necessidade de um tratamento precoce.
Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/re-doc/article/view/40481/30678 

A insistência em atender crianças vistas como trans, a todo e qualquer custo, fornece indicativos de ser um exercício tutelar. Uma vez questionada a benevolência do diagnóstico de gênero para crianças, espera-se que seja possível notar como se trata de um processo que carece de cientificidade, mas serve a interesses de pesquisa e mercado. 

 

José Errasti, Marino Pérez Álvarez. Nadie nace en un cuerpo equivocado: Éxito y miseria de la identidad de género. 

Aborda esse tema em aspectos: psicológico, filosófico e sociológico; e que atenda a fenômenos como as redes sociais, a vida na cidade moderna, a publicidade, os problemas atuais da infância e adolescência, entre outros. Uma análise rigorosa que nos convida a pensar e desafiar a linguagem triunfante da teoria queer.

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